sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Uma pequena amostra do monstro que sou

Olha que magnífico, mais um domingo! Em frente à um computador conectado a rede, escrevendo para você. Parece interessante! Mas não é... Como havia dito, este dia é opaco, como os demais, com apenas um pouco mais de cinza, ou amarelo. Depende do ponto de vista de cada um. Ao meu ver, é uma especie de camaleão. Se é que este animal pode oscilar apenas entre duas cores. Apesar do dia chuvoso, eu me sinto bem. Quero dizer, "normal". Pois nunca, de fato, soube o que é esse tal de bem. Mas isso é assunto para outros tempos, e graus de loucura.


Estou aqui nesta tarde por vários motivos, um dos principais, uma frase supostamente dita pelo esplêndido compositor alemão. Creio que nem preciso dizer seu nome, basta dizer que ironicamente ele perdeu a audição, progressivamente ao longo de três décadas (entre os 20 e os 50 anos). E eu não poderia citá-lo sem estar escutando sua 5ª sinfonia. Pois bem, a frase proferida pelo nosso amigo é a seguinte: "A felicidade não foi feita para mim ou, eu não fui feito para a felicidade." Simplesmente ele conseguiu descrever, em uma pequena e singela frase, o que eu sinto e sempre senti, em cada célula do meu corpo. É extremamente cômico como ela parece fugir de mim.



Tudo correndo perfeitamente bem, até eu fazer uma pequena pergunta e obter um silencio confirmador, que mudou completamente o meu humor. Não sei se conseguirei parar de imaginar a cena que volta-e-meia me faz companhia, mas que na realidade foi inventada por mim. Penso que talvez seja a minha querida mente me ajudando. Ou a mesma me empurrando de um precipício. É uma droga todas essas dimensões que ficam brincando com minha cara, e trocando me de corda, fazendo me acorda em outras, onde você não exista. Apenas gostaria de viver em uma, na qual você se faz presente o tempo inteiro. Poxa, será que é pedir muito?



Já gritei (literalmente), só não chorei por falta de culhões para tal feito. Tento me distrair e pego um livro, e lhe dou a missão de me levar para longe, onde não haja dor. Faço coisas que frequentemente gosto, para tentar te tirar de minha mente. Sinceramente, eu te disse que não lhe importunaria com este tipo de assunto, mas isso tá me matando. E minha mente, como uma boa companheira de sempre, o tempo inteiro me jogando perguntas e mais perguntas, me fazendo sentir  solitário e tristonho. Parece sacanagem, quando consigo "sair" do meu tédio, é para um lugar pior. Cogitei covardemente que eu poderia ser surdo como Beethoven, naquele momento, para não escutá-la dizer aquilo. Mas aí lembrei que nem mesmo assim eu estaria bem agora, pois a unica coisa que você fez foi ficar calada, que por sinal é o que agrava minha situação.



Antes mesmo que você me pergunte,  se eu pensei -talvez- que poderia ser cego, tendo em vista que  foi o contato visual que despertou todo este desespero. Eu te respondo que  não. Já é ridículo o bastante pensa em não ter um  de meus sentidos, apenas para não tomar ciência do que aconteceu. Sendo que existem milhares de pessoas que adorariam estar em meu lugar, e passar pelo meu sofrimento, apenas por estar com todos os seus sentidos funcionando normalmente. Peço desculpas à todos que se encontram nessa situação, realmente é muita falta de humanismo de minha parte.



Pensando assim, me sinto um lixo. Mas o único motivo pelo qual eu não pensei que poderia ser cego naquele momento, foi por que então, eu iria sofrer de algo muito pior. Seria algo que, talvez ultrapassasse tudo de ruim que eu já fiz e disse em minha vida. Minha loucura se torna um nada na sua ausência.

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