sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Lago verde

O sacolejar das pequenas ondas que surgem, influencia deste mini eco-sistema criado. Os peixes nadam de forma desordenada, como se não tivessem explorado cada canto deste lago. Aquela pequena carpa-dourada, hoje não se intimida com as demais, pois já se tornou parte da família. A quantidade de musgo que foi surgindo nas pedras, que ao ver dos peixes (imagino), parecem rochas onde eles podem diminuir ou aumentar o efeito das quedas d’águas.     Tudo é questão de pondo de vista! Para mim, ser que se encontra fora da água, é algo magnífico. Porém, se fosse eu um dos peixes a nadar, odiaria essa limitação impostar por um reles mortal.  Ainda bem, creio eu, que eles não têm consciência de sua existência, são simples exploradores que em cerca de duas horas já esqueceram o caminho que percorreram.     Agora, eis que surge a dúvida. Será que nós temos, de fato, total consciência de nossa existência? Como os peixes, poderíamos ser apenas mais uma massa de manobra de seres superiores, onde o nosso “vasto” eco-sistema -na visão deles- é algo semelhante ao lago no qual observo. Seria muita “viagem” de minha parte? Creio que não. Nós humanos temos convicções/pressupostos que gostamos de carregar e agarrar ao longo da vida, porque não séculos. O fato é que não sabemos qual é a nossa real posição no cosmo. Temos em vista que tudo se tem ligação e possuímos teorias que comprovam isto! Porém ousar dizer que somos seres independentes seria muita presunção.     Após mais uma reflexão (talvez banal), sou obrigado a retornar a “realidade” melhor dizendo: para o tempo linear. Lugar este de muito verde, barulho de água e calor humano. E poder presenciar algo tão esplêndido que o homem pode criar, me trás o sentimento de gratidão neste fim de tarde. Sinto em dizer que tenho pena dos peixes e de vocês, por vocês não poderem se deliciar com o meu ponto de vista.

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