domingo, 26 de agosto de 2018

Agora ou Angústia?



Como de praxe, faço desse o meu momento de contradizer meus textos anteriores. Não te espantes, tranquilocalmate, não me converti ao grupo dos amantes de la vida. Não irei começar com toda aquela baboseira de dizer que coloquei os pés nas águas alegres. Na verdade, quase posso afirmar que estou longe disso, talvez, mais distante do que nunca.

Outra vez o impaciente dia empurra à noite ao passado e eu em claro, dedilhando nesse teclado. Não tem como esperar coisa diferente dos domingos. Vocês já sabem do meu bendito histórico com esses nomeados primeiros dias das semanas. Há aqueles em que pode-se passar sem que as paredes lhe surgem por entre as frestas, mas são demasiados raros.

Em singular, a esta maldita hora, mesmo que aos suspiros ainda é noite. Tenho a impressão que Morrissey, assim como eu, só compunha suas lamúrias em noites de domingos. É palpável sua angustia, assim como à sua, sofrentes simpatizantes de meus dizeres.

Adoraria poder dizer que no passa nada ou que la vida no és una putada, se me atrevo, a cadela seria eu. Melhor esteve Johnny Marr e Morrissey recordando ao compor 'Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me', ao menos sonhara que fora amado, apesar que o momento ilusório está no passado, o que me faz questionar sua veracidade.

O contraponto vem agora, dada à introdução. Descobri onde está à felicidade! Antes que me trate com um asno suplico que compreenda meu pensar. Ela sempre esteve e sempre estará no mesmo lugar, você que está em constante mudança e só se dá conta quando não está com ela.

Ousarei ignorar os ensinamentos daquele filósofo que além de compartilhar o mesmo nome com Nietzsche, fora influenciado por suas ideias. Terei de fingir crer na existência do passado e de um futuro para lhe contar onde está à tal felicidade. Talvez você não seja fã de filosofia, mas presumo que seja notório a citação à Hegel.

Eu disse que não havia me convertido aos simpatizantes da vida. Esta continua sendo uma vaca (para citar outro animal). Espero ter sido perceptível a ironia quando descartei o que nos faz pensar Hegel. E se não compreendeu onde encontrei a felicidade, dessa vez serei bonzinho e lhe apontarei o passado.

Enquanto escuto I know It's Over - The Smiths, pensando sobre à vida, refletindo sobre a existência de algo além do presente, quase gemendo como na musica, percebi que à felicidade nunca habita o agora. Só à enxergamos quando olhamos para trás e percebemos que "eramos felizes e não sabíamos", até que o futuro dá lugar a um amargo presente. Só assim para deslumbrar o meu ser feliz. No passado, no nada, ou no vazio do futuro.

Escravo / Agiota do séc. XXI

Venha que preciso te alertar sobre o real motivo de estarmos aqui. Vários vieram antes de mim, e é possível que após Ele me dar cabo, terão ...