terça-feira, 25 de agosto de 2020

Tentando Filosofar - Parte 02

 A necessidade de escrever, a inspiração e o interlocutor sempre se confrontam. Reflexões, conclusões e a desconstrução de paradigmas são comuns aos Sapiens Sapiens. Tempo vergonhoso ou talvez preocupante para admitir minha participação e contribuição à espécie. Basta observar o rumo de nossas conquistas e avanços, equiparados aos  desacertos e regressos que experiências a cada ano, daí tentar calcular os numerosos benefícios ou danos para gente enquanto espécie. Há otimistas, em suas linhas positivistas, que encontrarão incontáveis motivos para continuar... Embora reconheça e semeie que devemos adotar meios "já conhecidos" e menos nocivos a natureza e a nós mesmos. No entanto, detestam a ideia de um Cosmos sem humanos e acredita que ainda podemos tomar jeito. Na outra ponta do espectro, pessimistas, onde o caos evidente está sempre em foco. O ser humano é a raiz de todo o mal existente, e suas pouquíssimas boas ações ou estão nas costas de outras horrendas, ou tem enrustido um mal por vir. Avanços e conquistas? Meros frutos do ego - seja "centrismo" ou "ismo". E claro, existe o meio desta balança. Pessoas amenas, medíocres e que não tem cheiro nem cor. Preocupados com trivialidades cotidianas resolvem não perder tempo com as causas maiores, esquecem que deixar de escolher é também um ato de escolha. São pessoas sem graça, só querem levar suas vidinhas medianas. O governo só existe para estas quando interferem no futebol, carnaval e outros eventos tão fugazes quanto, ou quando é cortado (algo inadmissível) alguma esmola governamentais, restringir algum "direito", proibir algo que seja frequentemente utilizado como fuga do real. Daria para listar tantos outros, mas daí cairia na ideia relatada no romance 'Turtles All The Way Down', os porquês e origens nunca tem fins ou um fundo sólido... "O que tem debaixo do elefante? - Uma tartaruga imensa. - E essa tartaruga está em cima de quê? - Em cima do casco de outra tartaruga ainda maior..." Ou seja, tudo não passa de uma epistemologia. Desceu do ônibus agora?! Então, seja bem vindo ao século XXI, Era de narcisos, depressivos, egoístas, influencers, regidos por títulos,  inteligentinhos dentro de suas bolhas sociais, Era do cancelamento e seus discursos: "Cancela! Cancela! Cancela! Mas só do outro lado hein time. Cuidado! Se escondam bem, não os deixe enxergar nosso telhado de vidro." Tempo em que a distribuição de cotas no âmbito social é o discurso de elitistas burgueses para serem cool, ou quando a frase "eu tenho um amigo preto" os transformam em humanos politicamente corretos arrotando e cagando regras. O antropocentrismo ainda é o ápice de nossa crença, só não dá para afirmar que seja algo benéfico, ao menos antes tínhamos as divindades para tirar o peso do nosso preconceito do colo. Podíamos ser mais sinceros, a culpa não era nossa... Os deuses sabiam dos porquês das coisas. O amiguinho (a) gosta de alguém do mesmo sexo? Se identifica e se adorna de acessórios e trejeitos que até então era usado somente pelos sexo biológico oposto? Tem hoje a liberdade de escolher seu gênero? A mulher ganhou notoriedade aqui e superioridade acolá diante a sociedade?  Está ganhando espaço e voz? A mulher negra passou a militar mais para que o holofote também a ilumine? Já se perguntou o porquê dessa luta diária contra as supremacias, tantas outras perguntas? É o curso da história meu amigo (a), estamos na Era da Informação e só não apreende, conscientiza e se desconstrói todos os dias quem não quer. É a história sendo escrita, você pode fazer parte ou existir como um mero número na estatística.  Inacreditável é que a maioria não quer, é preferível se entorpecer com qualquer merda do que despertar sua consciência, em todos sentidos da palavra. Mas se for para existir às custas dos outros, de características alheias, então se abstenha e nos poupe seus pré-conceitos estereotipados. Sempre me senti enfurecido por perceber a matrix em que vivemos. Ter ciência que estamos alienados e condicionados, coisa que nos fazem produzir comportamentos contraditórios à nossa essência, como o simples fato de procurarmos por entretenimento o tempo todo, ou nos entulhar de tarefas. Até então entendia isso como uma forma de fugir de nossa insignificância e do vazio que compartilhamos, e você como meu leitor conseguirá lembrar de várias vezes em que bradei aos quatro cantos (puto) por parecer estar sozinho ou entre poucos que conseguem enxergar e admitir tal fato. Porém hoje, através de um TV show e estudos a uma linha filosófica relacionada, deveras interessante, consegui entender do que de fato escondemos e gostaria de compartilhar e dialogar contigo, se tiver interesse. Estamos sempre nos ocupando, nos posicionando e nos transformando ao longo da vida, mudando de ideias, tentando desconstruir os dogmas e paradigmas que nos foram impressos até nossa fase de entendimento e com um único intuito que é nos distanciarmos do fato que tudo em nosso mundo surge e desaparece, o que inclui também os humanos. Tentamos tirar da cabeça, a todo instante que iremos morrer, assim como nossos entes queridos, além de todo o resto existente hoje, logo não estarão mais aqui. Teríamos de passar toda nossa infância, nosso período de absolvição, junto aos Estoicos ou Nietzsche e seus ensinamentos sobre o 'amor fati' para que fosse algo diferente disso. Digo, para que aprendêssemos a conviver, pois não há conhecimento, religião, filosofia, ideologia no mundo que mudará o fato que estamos fadados a perecer e cair nos esquecimento. E se analisarmos a métrica de nossa existência iremos, a contra gosto, perceber que cada um de nós somos como as estrelas: nascemos e morremos, e por mais intenso que tenha sido esse período, foi breve, um sopro, comparado a escala do tempo. Outra similaridade é que a maioria de nós só teremos nosso brilho contemplado após não mais existirmos, essa que talvez seja a única forma de protelar por mais alguns débeis anos a tua luz.  O que nos leva a conclusão que precisamos ser mais realistas. Procurar enxergar nossa condição diante a realidade e aprender todos os dias a encarar a vida como ela é. Meu conselho é medite e aceite, se aceite, como parte do Universo infinito rumo ao abismo do nada. Pois o destino está logo ali: escuro, gelado e vazio. Faça esse exercício, seja sincero consigo, pode ser que te ajude a conseguir uma conexão com seu presente. Creio que era o que os propagandistas do termo 'Carpe Diem' queriam dizer quando lhe diziam que você só tem o agora, que só isso é o que existe e importa. A contemporaneidade e o valor pop do termo foi distorcido, e aquelas pessoas mornas o tendo destoado adotam para argumentar e explicar o porquê de terem hábitos tão fúteis.  Um jeito indecente de permear sua ignorância, ou covardia por não ser capaz de enfrentar a realidade nua e crua. Digo isso açoitando as minhas próprias costas, recordando de um passado recente. Não tenho vergonha alguma, afinal me contradigo porque sou vasto.

domingo, 9 de agosto de 2020

Deuses Ateus

Uma autobiografia é um olhar através da janela do tempo, que só pode ser contada em um futuro, que se torna presente a cada letra que exprimo. Não usarei mais esse texto para insultá-los. Ao menos não é o meu propósito aqui. É que... é árduo, tu sabes, sou aquele crítico amargo e que adora escrever frases desconexas que com o tino certo tu encontras nexo e me detesta. É nítido que sempre amei a liberdade que encontro em meus textos, quase posso dizer o que quero - se não fosse a hipocrisia universal em que a bolha "humanoide" se permeia.


A idéia é todos os dias construir degraus para que minha filha esteja sempre olhando pra cima no intuito de me alcançar. Ela é uma deusa atéia, assim como eu, pois em algum momento se questionará e é inevitável duvidar de si. Fora após uma epifania como essa que uma deusa grega passou por metamorfoses e só então sentou-se à direita de Zeus no alto Olímpio. Antenas ligadas para compreender essa fala, Atenas não mais fala, ela grita! E você ainda permanece inerte pela vida. 


A consistência é algo que sempre busquei, tenho problema com isso, as pessoas notam: uma hora aqui outra acolá, e no fundo me sentido como se em areia movediça, quanto mais me mexo, mais me afundo e acabo tendo que lamber minhas próprias feridas dentro desse rio sujo. No fundo só encontro mais do mesmo, entulho em cima de entulho, uma confusão sem igual, sempre falta algo. Eu nunca caibo em nenhum lugar.


Uma nova posição no empregos, uma nova graduação, uma nova especialização, séries/filmes, pílulas, drogas, bebidas, comidas, lugares, paixões, amores e etc.. São tudo um monte do mesmo! Estar ocupado 18/24 e fingir que estamos conscientes enquanto nosso tempo, ou melhor, nossa vida se esvai pelas frestas de nossos dedos. E a ratoeira perdeu o significado de medo.


 Como disse em outra conversa, tenho enxergado como o Universo (ou o que seja), tem sempre conspirando ao meu favor. Tem horas que não são eventos compreensíveis, no entanto são esses que de alguma forma desencadeiam momentos que posteriormente me fazem feliz. Sorte/acaso não conseguem definir a magnitude disso. E uma vez visto o zoom out tu podes compreender o quê digo. Exagero? É a definição que tem mais me abrasado, consumido e agradado. Só quero se for exagero. Quero tudo, se acostume! Pois nasci pra ser inteiro.


Uma autobiografia tem o intuito de aproximar o autor do interlocutor, e não vou findar esse texto sem lhe dá esse sabor. Prometi desde o iniciar e não terei pudor... Melhor! Siga-me e compreenderá: as palavras são para a comunicação dos "homens civilizados", no entanto, mesmo com milhares de idiomas, incontáveis alfabetos, inimagináveis letras, ainda sim não tem autonomia para descrever uma sensação. Eis que ainda sim você é mais um que ousa perguntar, quem é você Jean? Que por minha vez respondo no meio da cacofonia aqui dentro: "legião, porque somos muitos".




domingo, 19 de julho de 2020

Menção Honrosa

Diz você que meu melhor ângulo é capturado por suas retinas. A sina que me fascina sempre foi a pira de você me querer em sua vida. Tu foi, é, e será motivo para meus textos por longa data. Esse laço transcende e acende essa chama todas as vezes que você me chamava de querido ou algo do gênero. Tu não tá entendendo, você é meu mantra, minha mente é tua quando está chovendo, quando o vento canta ou será que está gemendo?


Tudo daquela noite está eternizado em minha memória, graças às minhas retinas: o sorriso acanhado quando me abriu o portão. Seu babydoll marrom escuro que evidenciava suas curvas. Seu cheiro de banho recém tomado, sua pele macia e aquela saudade/urgência que continha em seu abraço. O olhar alegre manchado pela luxúria do que estava por vir. O cardápio que escolheu e fez para nós (como não se sentir honrado?), e eu só conseguia pensar: cara o que eu tô fazendo aqui?! Me sentindo impuro, um pecador. Era tudo errado e tão certo ao mesmo tempo, sei que também viveu esse dilema por muito tempo. 


A casa era nossa, portanto ficamos de prosa, você estava toda carinhosa... A tempos eu lhe devo essa menção honrosa. Poderia citar e descrever cada instante daquela noite, desde que cheguei, quando comemos, quando despistamos com o primeiro episódio de uma série, quando nos comemos, e quando escrevemos e depois nos lemos. A programação fora perfeita para excêntricos com nossa estranhesa. 


A gente não gosta apenas da superfície, queríamos mergulhar naquele rio turvo e nos afogar junto ao dilúvio. Impuro, imundo e burro me senti depois de conhecer seu mundo. O lugar todo através de sua ótica me tirava de órbita, mas não era só o planeta que saia do eixo, foi à Via Láctea inteira que você sacudiu as cordas. A destreza que tinha em andar naquela linha me fez saber que tu foi feita para estar em minha vida. 


De um lado o poço viscoso da melancolia, do outro a simplicidade genuína da alegria. Ninguém entende, a gente entende. Um e dois a favor, o resto contra só para causar dissabor. É algo singular creio que deu para imaginar... Falo para vocês que nunca irão experienciar estar lá! Foram momentos imaculados, e num futuro isso bem que podia retornar, nem que seja em sonho, para não correr risco da minha lembrança faltar. Se um dia falhar, lhe endereço este para que não tenha dificuldades em me lembrar.


Tudo está impresso aqui, você conquistou esse lugar: as marcas, o cheiro, a roupa que eu quis rasgar (me impedia te apreciar), a transa no sofá, todo o tempo que estivemos lá (seria profano se eu falar?). O tempo é linear então não tem como e porque apagar. Como se uma pinta de coração pudesse também pulsar. Escrevi para que, assim como eu, visite tais lembranças pausadamente e que possa entender que de perto ou longe, quando e como o destino marcou a gente.



sábado, 20 de junho de 2020

Ensaio sobre o vírus do século

Uma noite dessas eu tive um sonho. Imaginem. Permita que eu te guie através dele, o sonho é meu, então me sinta. É desesperador, eu sei! Mas isso é o que grita aqui dentro de mim neste momento...
Imagine o mundo com um problema insolúvel! Imaginou? Pois bem, então vem comigo;

 Este mundo tem diversos países, cada qual com suas respectivas jurisdições. Tratados estabelecidos com os países vizinhos. Civilizações únicas em cada país. Um "mix" de cultura e tradições em cada qual, que foram surgindo com o desenrolar dos milênios. Os seres que habitam ali, foram evoluindo assim como à cultura, política, comunicação, tecnologias, ciência, tradições, filosofias e etc...

Em um dado momento surge um problema insolúvel. A moeda de troca deles (equivalente ao nosso dinheiro) acarreta em uma série de problemas em diversos graus e esferas, o quê afeta incisivamente à vida daqueles seres coletivamente. O ecossistema daquele planeta começa a ter um desequilíbrio notório (não dá mais para esconder o fato). Não há "dinheiro o suficiente" para todos (e não me refiro a "classes sociais", isso é outro assunto) a questão é parecida com a que o Brasil sofre no século XXI com seus problemas previdenciários.

Há deficiência política em todo esse planeta, cada qual com suas particularidades, mas todos em torno do "dinheiro". De uma forma ou de outra, os problemas se remetiam ao tal "dinheiro". Você deve estar se perguntando... Uai, então... Por que não extinguir/acabar com essa tal moeda de troca? E sinto em lhes informar que, essa moeda de troca deles é tão importante como a nossa, por isso está fora de cogitação.

Recordem que mencionei o avanço da ciência! Dentro da sua vasta ramificação encontramos algo similar a nossa biologia. Dentro da biologia encontramos algo similar a nossa biomedicina. Dentro da biomedicina à farmacologia. E onde há ciência, há laboratórios.
Tu deve estar pensando: está bem, já entendi que o mundo é parecido com o que vivemos; e o que tem tudo isso a ver com teu sonho? E já lhe explico!

Os avanços não deixam de acontecer. Foi estabelecido à paz na maior parte desse mundo. Perceberam, igualmente aos humanos, que não valia à pena às guerras, passando a resolver tudo no diálogo e acordos. Mas o "elefante rosa" estava lá! Como solucionar o mal necessário? Mencionei que os human... OPS! Os seres estavam em ascensão? Pois bem... Como toda espécie em evolução, uma hora se dá à "inflação populacional" e naquele planeta não foi diferente. E todo o esférico estava ficando lotado de tais seres.

Eis que surge um herói!
O quê? ...Ahh para! Todo mundo gosta de heróis... Só escuta tá?! O sonho é meu afinal. Em um dos países surge o tal heroi. Seu super poder? Uma inteligência aguçada... E ele como um bom inteligente, conforme o script, é um cientista que resolve corrigir boa parte do erro com uma invenção ultra-revolucionária. No entanto, tinha que ser feito em segredo pois violava alguns códigos, acordos e tratados já estabelecidos.
Este percebeu que não era só à espécie que estava crescendo exponencialmente, mas também o número de seres mais antigos. E resoluto entrou em seu laboratório, com o intuito de só sair de lá quando solucionasse aqueles problemas.

Moeda de troca, um mal necessário. Problemas climáticos do globo.
Espécie em ascensão.
Antigos causando problemas previdenciários.
Ciência evoluindo desenfreadamente.
Outros inúmeros problemas...
Informação na velocidade da luz...
Eeeeee puft!
Daí alguém acendeu a luz do meu quarto e eu acordei. Foi confuso, eu sei, porém achei um tanto quanto bizarro e queria tua opinião a respeito.

Porque em uma noite dessas eu tive um sonho. Imaginem. Permita que eu te guie através dele, o sonho é meu, então me sinta. É desesperador, eu sei! Mas isso é o que grita aqui dentro de mim neste momento...
Imagine o mundo com um problema insolúvel! Imaginou? Pois bem, então vem comigo.

Só o que peço

Me retirei para ler um pouco poderia dizer 'ler pouco' esta seria a exatidão de minha vergonhosa leitura, jogar xadrez ainda faço as vezes, compreender meu novo eu ainda desejoso de não sê-lo, desnorteado e irritado com o desemprego empenhado como alpinista ao subir uma montanha porém faço agarrado ao hipocampo temeroso de me tornar insano, e ao contemplar o iniciar de minha única querida obra, leia querida de forma ampla é que me expresso a seguir:

Nada mais me espanta. Do que adianta lastimar para o Universo vazio, ou para qualquer um deles. O marco zero dessa trama será, foi e é o mesmo. Se há algo regente dessas cordas, não creio que se importe, de praxe vemos o emaranhado diante o gato, e esse "tapado" nem se quer se dá ao trabalho de desenrolar. Como meus pensamentos, não são para que entendas, a menos que o seja.

Tive que me afastar de alguém. Tive que viver aquém.
Tive que privar me de ser.
Tive que me acostumar com a falta de você.
Tive que esperar.
Tive que espantar o azar.
Estou tendo que sofrer, os dois amores não podem viver. Azar!
Tive que te ver dizer, dizeres de desprazer (é, ver... Hoje, 75% das informações que adquirimos é através de mensagem seja qual for sua via de acesso)
Tive que deixar você ir, sem saber se irei voltar a te ver/ter. Sonho em lhe ter.

De volta a arte, te vejo por toda parte. Picos e vales são reais! O tempo passado nos picos irreais, como pode passar tão depressa esses desleais? Sei que se lembrará de mim, mesmo que indigesta, você disse coisas nas quais não queria ter parte, em partes te entendo, em partes me estendo pensando naquele tempo, mesmo o seguinte que passou por um breve tempo.

Escrevo na esperança que leia, nas esperança que ainda me leia. Não me deixa aproximar, sei que, por enquanto, é melhor deixar estar, por isso não me atrevi te procurar. Contudo, vem a calhar lhe escrever para te lembrar o que te fiz passar, seja agora ou na biblioteca, após estudar.

Escrevi este ao som de Chopin, deve ser o sexto concerto dele que escuto copiosamente, inerte, nem para digitar ele se mexe... Não parece respirar... Tomo em mãos e tiro-lhe a temperatura ou um pulso... Ele está surdo, inerte, que horror, que absurdo... Seguro em meus braços este cão cansado, amargurado e chapado. Remédios e etanol, de novo, dançando Chopin debaixo dos lençóis. Por mil rouxinóis, me perdoe pequena.

Não publicara antes pois estava incompleto, e ainda sonho em lhe ver de perto mesmo estando longe, ilhado ou no deserto. Me retirei para aprender, para ver a obra que pari. Xadrez? Ainda pratico-o, hoje é meu velho vício. Desnorteado, chateado, irritado e mal-humorado, mas agora tenho novas, estou empregado. Como percebe ainda escrevo e desejo que me leia, me veja através da tela, dançando em um trampolim. Não tem água na piscina, mas toca Chopin e eu danço mesmo assim. A montanha agora é de lamentos murmúrios, me sinto sujo pois quase não leio quanto antes. Mas minha obra quer ser lida, linda, ditosa assim.

Escravo / Agiota do séc. XXI

Venha que preciso te alertar sobre o real motivo de estarmos aqui. Vários vieram antes de mim, e é possível que após Ele me dar cabo, terão ...