Externalizar as ideias é como organizar a casa mental. É um exercício de ordenação que, curiosamente, me leva a um lugar que não posso mais chamar de meu. Agora, a casa é um símbolo distante de algo que olho com um misto de nostalgia macabra e um desejo não satisfeito. Procuro um lar verdadeiro. Minha alma antiga anseia por um espaço de luz onde possa finalmente encontrar seu lugar.
Recentemente, tenho estado reflexivo, pensando na eternidade. Esta sugere que a morte é uma mentira, pois nosso ser transcende essa poeira estelar. Se você me lê há tempos, sabe que a existência é um assunto delicado para mim. Não quero acreditar que seja em vão essa estada aqui, e cada minuto que passa mais me agonizo pela falta de propósito.
O não pertencimento e os porquês da minha rejeição no seio familiar e enquanto homem na sociedade são motivos que me fazem questionar o senso de realidade. Nunca havia me visto à margem da sociedade pelo simples fato de ser negro. Engraçado o potencial preso entre paredes, justo quando brancos acham que ser preto está na moda... Curioso.
Assim como as mariposas, sigo em direção à luz, apenas para descobrir que estou esbaforido de antenas queimadas. O brilho das lâmpadas, que prometia tanto, é o mesmo que me queimou. Minhas asas danificadas são um testemunho da minha busca incessante por algo que me faça sentir realmente em casa. E o pior? Ninguém parece compreender o que realmente está acontecendo aqui.
Vivemos em uma era onde a partilha e a corrente do bem parecem ser apenas slogans vazios, quando, na verdade, podem ser os pequenos gestos que alimentam a nossa busca por sentido e pertencimento. A solidariedade e a empatia têm o poder de transformar não apenas nossas vidas, mas também a de outros, proporcionando a conexão que todos ansiamos. A corrente do bem pode ser o catalisador para uma metamorfose verdadeira, onde cada gesto conta e cada contribuição ajuda a criar um espaço de compreensão e apoio.
Assim, convido você a fazer parte dessa metamorfose. Juntos, podemos transformar o caos em ordem e a busca solitária em um caminho compartilhado. Seja nesta vida ou espiritualmente, sua participação pode ser a luz que guia uma mariposa em sua jornada de reencontro com um lar. Sua ação, por menor que pareça, pode ser a centelha que ajuda a iluminar o caminho para aqueles que ainda procuram seu lugar de pertencimento.